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Marília de Dirceu, ou Adeus à Gonzaga

ÓPERA

Música e Libreto de Julio Reis (1863-1933)


Argumento Tomás de António Gonzaga (1744-1810)

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Marília de Dirceu: Liberdade, Rompimento e Mito

NOTAS DE PROGRAMA

Marília de Dirceu é uma obra poética Iluminista, intimamente ligada à história do Brasil, e musicada no início do séc. XX.


Pesquisadores assuntam em consenso ser Marília de Dirceu a mineira Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão (1767-1853) que chegou a ser noiva de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), na altura da Inconfidência Mineira quando ambos tiveram participação no levante.


Conheceram-se em 1782, ela com 15 e ele com 38 anos, com o envolvimento na insurreição a influência familiar dos Seixas Brandão livrou-a da prisão e julgamento, mas a mesma sorte não gozou o jurista e poeta, que alvo da devassa promovida pelo então Visconde de Barbacena - Luís António Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro (1754-1830).


Presenciou a prisão do amado e sua condução ao julgamento na Capital da Colônia a 23 de maio de 1789, posteriormente sendo condenado ao degredo em Moçambique.


Desde o dia da prisão de seu grande amor, Maria / Marília manteve-se reclusa por 26 anos na Fazenda Fundão das Goiabas, em Itaverava, até o falecimento de seu pai e também saber da morte de Tomás, ocorrida 5 anos antes, voltando a residir no sobrado onde nasceu em Vila Rica, mantendo-se igualmente reclusa e discreta aos olhos de todos por mais 40 anos, sem nunca ter se casado.


O mito Marília de Dirceu forma-se sobremaneira quando retratada no Romanceiro da Inconfidência de Cecília Meireles (1901-1964), cuja cabeça do Romance LXXIII é (MEIRELES, 2008, p. 183):


Pungia a Marília, a bela,

negro sonho atormentado:

voava seu corpo longe,

longe, por alheio prado.

Procurava o amor perdido,

a antiga fala do amado.

Mas o oráculo dos sonhos

dizia a seu corpo alado:

“Ah, volta, volta, Marília,

tira-te desse cuidado,

que teu pastor não se lembra

de nenhum tempo passado...”

E ela, dormindo, gemia:

“Só se estivesse alienado!

(…)


O traumático rompimento amoroso, cujo sofrimento foi perpetuado por mais seis décadas e meia de vida, é retratado neste poema musicado em ópera-breve, jóia da desconhecida música lírica brasileira, estreada mundialmente 109 anos após escrita no Teatro Londrina do Memorial de Curitiba, no azo do V Festival de Ópera do Paraná.


Gehad Hajar,

Pesquisador

Marília de Dirceu: Texto

Ficha Técnica

Marília de Dirceu, ou Adeus à Gonzaga

1910


Música e Libreto de Julio Reis (1863-1933)

Argumento de Tomás António Gonzaga (1744-1810)


ESTREIA MUNDIAL

V Festival de Ópera do Paraná | 2019

1º e 2 de Novembro | Teatro Londrina - Memorial de Curitiba


Companhia Paranaense de Ópera


Gehad Hajar – Direção Geral e Direção Musical

Elena Moukhorkina Moreno – Regência

Priscila Malanski – Pianista Correpetidora


Solistas

Julcy Rodrigues – Marília

Jeferson Pires – Gonzaga

João Carlos Moreno – Cláudio


Marcus Bonato - Audiovisual

Fábio Antunes - Produção

Marília de Dirceu: Texto

Guairacá Cultural

+55 41 99767-7000

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